Enquanto o setor de investimento em tecnologia alimentar se estabeleceu no ano passado, a Miruku, uma empresa de tecnologia alimentar sediada na Nova Zelândia, estava ocupada avançando na tecnologia de agricultura molecular. Essa estratégia proativa colocou a empresa cerca de "três a quatro anos à frente dos concorrentes emergentes", disse o CEO Amos Palfreyman ao TechCrunch.
"A Miruku não apenas buscou navegar pelos desafios apresentados pela mudança climática que impacta a produção tradicional de laticínios, mas também ampliou nosso foco para abordar questões críticas de segurança alimentar e nutrição", disse Palfreyman em uma entrevista por e-mail.
O TechCrunch perfilou a empresa em 2022, quando levantou US$ 2,4 milhões em financiamento seed para desenvolver tecnologia de agricultura molecular para programar células vegetais para serem mini fábricas para a produção de proteínas e outras moléculas, como gorduras e açúcares, tradicionalmente feitas por animais.
A Miruku não está sozinha no uso de tecnologias de agricultura molecular para criar produtos lácteos. Mozza Foods e Nobell Foods também o fazem, mas Palfreyman diz que sua empresa se concentra em negócios para negócios e modifica tanto proteínas quanto gorduras na mesma planta. Também escolheu usar o cártamo como sua cultura principal devido à sua resiliência climática.
Miruku substituindo animais por plantas para criar proteínas lácteas
Desde a rodada seed, a empresa avançou em seu sistema proprietário de semente de laticínios. Inicialmente, a Miruku focou em programar plantas para produzir proteínas lácteas que poderiam ser extraídas das sementes. Essa abordagem foi expandida para alavancar as interações entre a caseína láctea recombinante e proteínas vegetais nativas, com ou sem perfis aprimorados de ácidos graxos.
"Essa descoberta nos permite utilizar uma porção maior da semente, transformando-a em uma variedade de ingredientes versáteis adaptados para a indústria de alimentos e bebidas", disse Palfreyman. "Agora alcançamos vários marcos importantes de prova de conceito demonstrando a viabilidade e o potencial do sistema de semente de laticínios."
Nesse período, a empresa triplicou o tamanho de sua equipe e estabeleceu relacionamentos com diversos parceiros de fabricação de alimentos para oportunidades de co-desenvolvimento. Além disso, a Miruku ampliou sua presença para Israel e também para a Austrália, escolhida como ponto de partida para a entrada no mercado inicial.
Hoje, a empresa anunciou US$ 5 milhões em uma rodada pré-Série A, liderada pela Motion Capital e incluindo o investidor da rodada seed Movac e o novo investidor NZVC. Ele não divulgou a avaliação, mas disse que foi uma "rodada para cima".
O novo capital permite à Miruku expandir seus esforços de desenvolvimento de culturas. Isso inclui uma parceria com o CSIRO (Organização de Pesquisa Científica e Industrial Comum), a agência governamental australiana responsável pela pesquisa científica. Como tal, a empresa levará suas variedades de cártamo modificadas para testes de campo na Austrália, disse Palfreyman.
"Acima de tudo, nossa prioridade é avançar em nossa tecnologia e progredir em direção à prontidão de mercado", disse Palfreyman. "Isso inclui expandir nossa presença na Austrália e considerar o estabelecimento de uma presença nos Estados Unidos."
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